Este artigo explora “por que gastos elevados do governo prejudicam a economia“, adotando uma visão que destaca os riscos fiscais, mas também abre espaço para perspectivas opostas.
Com dados de 2020-2021 e projeções futuras, desvendamos como cada real gasto hoje pode custar caro amanhã.
Vamos nessa?
Gastos Públicos – Bênção ou Maldição?
Você já parou para pensar por que o mercado financeiro fica em alerta quando o governo aumenta seus gastos?
Em 2025, com a dívida pública brasileira alcançando R$ 7 trilhões e a Selic a 13,25% (Boletim Focus), essa questão ressoa mais alto do que nunca.
Para alguns, gastos elevados são um motor para empregos e consumo; para outros, um caminho para dívidas impagáveis e crises econômicas.
O Retrato dos Gastos Públicos no Brasil
Como o Dinheiro é Gasto?
- 2020 (Ano de Pandemia):
- Dívida: 39% do orçamento (juros e amortizações) – R$ 1,5 trilhão (Tesouro).
- Auxílio Emergencial: 8,29% – R$ 320 bilhões.
- Previdência: 20,34% – R$ 780 bilhões.
- Saúde: 4,26% – R$ 164 bilhões.
- Educação: 2,49% – R$ 96 bilhões.
- Ciência: 0,17% – R$ 6,5 bilhões.
- 2021 (Ano Padrão):
- Dívida: 50,72% – R$ 1,9 trilhão.
- Previdência: 19,58% – R$ 740 bilhões.
- Agricultura: 0,43% – R$ 16 bilhões.
- Transporte: 0,22% – R$ 8 bilhões.
O Que Isso Mostra?
Quase metade do orçamento anual vai para dívidas antigas, não para investimentos em infraestrutura ou serviços essenciais. Em 2021, áreas como justiça (0,20%) e ciência (0,17%) receberam migalhas, evidenciando uma estrutura engessada que prioriza o passado sobre o futuro.
Por Que Gastos Elevados do Governo Prejudicam a Economia?
1. Transferência de Riqueza para Credores
- Como funciona: Ao comprar Tesouro Direto, você empresta ao governo. Metade dos impostos (50% do orçamento) vai para pagar juros e amortizações, transferindo recursos da economia ativa para detentores de títulos.
- Efeito: Em 2025, isso equivale a R$ 2 trilhões saindo de trabalhadores e empresas para investidores passivos.
- Dado: O juro real brasileiro (Selic menos IPCA) é 9%, o maior entre emergentes.
2. Inflação Alimentada por Dinheiro Novo
- Mecanismo: Gastos além da arrecadação levam à criação de dinheiro (flexibilização quantitativa). Mais reais em circulação desvalorizam cada unidade.
- Exemplo simples: Se há R$ 50 na economia e o governo injeta mais R$ 50, seu poder de compra cai (teoricamente pela metade). Na prática, o IPCA deve subir de 4,5% (2024) para 5,2% (2025).
- História: Na Alemanha de 1923, a hiperinflação atingiu 29.500% ao mês por impressão descontrolada.
3. Carga Tributária em Escalada
- Ciclo vicioso: Gastos elevados aumentam a dívida, exigindo mais impostos para garantir pagamento. Após a reforma tributária, o Brasil terá o maior IVA do mundo.
- Realidade: Hoje, 5 meses de trabalho por ano pagam tributos (Impostômetro). Em uma década, pode ser 8 meses se os gastos crescerem 5% ao ano.
- Exemplo: Uma calça jeans tem 70% de impostos embutidos.
4. Crowding Out: O Governo Sufoca o Privado
- Definição: Para atrair credores, o governo sobe os juros (Selic a 13,25%), competindo com o setor privado por capital.
- Consequência: Empresas pagam 12% em empréstimos, mas o Tesouro rende 13,25%, então investidores preferem o governo. Em 2024, o crédito privado caiu 3%.
- Dado: Nenhum país com grau de investimento tem juro real acima de 5%.
5. Crescimento Econômico Travado
- Efeito dominó: Sem investimento privado, o PIB cresce pouco (1,8% em 2025). A dívida/PIB sobe (90% em 2024), forçando mais juros e impostos.
- Resultado: Um ciclo de estagnação—R$ 35 mil de dívida por habitante (R$ 7 trilhões ÷ 200 milhões).
Evidências e Contexto Histórico
- Comparação global: Japão (dívida/PIB 260%) e EUA (120%) têm juros baixos (0,5% e 4,5%). O Brasil, com 90%, paga 13,25% por histórico de gastos elevados.
- Década de 1980: Dívidas externas da ditadura ainda pesam nos impostos atuais.
- Pandemia: O Auxílio Emergencial (R$ 320 bilhões) elevou a dívida de 75% para 90% do PIB em 2020.
Cenários Futuros: O Que Esperar de 2025 a 2035?
Primeiro Cenário: Gastos Desenfreados
- Projeção: Dívida a 110% do PIB em 2030, Selic a 15%, IPCA a 7%.
- Impacto: Tributos consomem 40% da renda, PIB cresce 1% ao ano, real perde 30% contra o dólar.
- Exemplo: Argentina atingiu inflação de 200% em 2024 com dívida a 100% do PIB.
Segundo Cenário: Controle Rígido
- Projeção: Redução de 10% nos gastos, dívida estabiliza em 85% do PIB, Selic cai a 10% até 2028.
- Impacto: PIB a 2,5%, mas cortes em saúde (4%) e educação (2%) geram tensões sociais.
- Exemplo: Portugal reduziu dívida de 130% para 100% do PIB com austeridade.
Terceiro Cenário: Reforma Profunda
- Projeção: Corte na Previdência (20%) e burocracia, dívida a 70% até 2035.
- Impacto: PIB a 3%, Selic a 8%, mas exige acordo político raro em 2025.
- Exemplo: Chile mantém dívida a 35% do PIB com gestão fiscal rigorosa (Banco Central do Chile).
A Visão Oposta: O Lado Keynesiano
- Argumento: Gastos elevados estimulam a economia via demanda. Investir em transporte (0,22% hoje) poderia turbinar o PIB.
- Contraponto: Sem capacidade de pagamento, o estímulo vira inflação e dívida. O Auxílio de 2020 aumentou o PIB em 2%, mas a dívida subiu 15% .
- Dado: Países com alta capacidade fiscal (EUA) sustentam déficits; o Brasil, não.
Por Que os Políticos Amam Gastar?
- Motivação: Popularidade em 4 anos supera prejuízos em 8. Programas como Bolsa Família e Casa Verde e Amarela garantem votos.
- Exemplo: Se R$ 3 mil caíssem na sua conta hoje, você aprovaria o governo? 70% dos brasileiros dizem sim a auxílios (Datafolha, 2024).
- Custo futuro: Títulos emitidos até 2055 endividam gerações—R$ 1 trilhão a mais na conta.
Como Lucrar com Esse Cenário?
- Tesouro Longo: Títulos IPCA+ 2050 rendem 7,2% + inflação. Um corte na Selic pode gerar 30% de ganho (marcação a mercado).
- Dívida Dolarizada: Bonds da Vale pagam 5-7% em dólar, protegendo contra desvalorização do real.
- ETFs Globais: IVVB11 (S&P 500) subiu 20% em 2024, diversificando riscos.
- Dado: Bancos lucraram R$ 40 bilhões em 2024 com juros altos.
Perguntas Frequentes (FAQ)
1. Por que gastos elevados do governo prejudicam a economia?
Geram dívida, inflação, juros altos e estagnação, sugando recursos do setor produtivo.
2. Todo gasto público é prejudicial?
Não—investimentos em infraestrutura podem ajudar, mas gastos populistas criam crises.
3. Como me proteger financeiramente?
Aposte em ativos atrelados à inflação ou moedas fortes, como Tesouro IPCA+ ou ETFs globais.
Conclusão: O Preço dos Gastos Somos Nós
Por que gastos elevados do governo prejudicam a economia? Porque convertem impostos em juros para credores, inflam preços, sufocam empresas e travam o crescimento. Em 2025, cada brasileiro carrega R$ 35 mil de dívida ao nascer—um sistema que favorece políticos e bancos enquanto nos aperta. Dá para lucrar com isso, mas o custo é um país parado.
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