Este artigo explora “por que JPMorgan está recomendando ações do Brasil”, com base em análises do banco, dados de mercado e projeções para 2025.
Com a Selic a 14,25% e ventos globais soprando a favor, descubra se é hora de apostar no Brasil ou manter a cautela.
Brasil no Radar do JPMorgan – Uma Nova Aposta?
Em 10 de março de 2025, o JPMorgan surpreendeu o mercado ao elevar as ações brasileiras para overweight (exposição acima da média) na América Latina, enquanto rebaixava o México para neutro. Após meses de pessimismo com o Brasil (rebaixado em novembro de 2024) o banco americano vê agora um cenário favorável.
Mas o que está por trás dessa mudança tática?
A Decisão do JPMorgan: Um Novo Olhar sobre o Brasil
O Que Mudou?
- Brasil: Passou de neutro para overweight em 10/03/2025, revertendo o downgrade de novembro (JPMorgan).
- México: Cortado de overweight para neutro após superar o Brasil em 15,4% nas últimas 15 semanas (Ibovespa x IPC México).
- Contexto: Após embolsar lucros no México, o JPMorgan aponta novos fatores globais e locais favorecendo o Brasil.
Os Três Pilares da Recomendação
Segundo Emy Shayo e equipe, o JPMorgan baseia sua aposta em:
- Cenário Global Positivo: O Brasil se beneficia, desde que os EUA evitem uma recessão.
- Política Monetária: O fim iminente do ciclo de alta da Selic (14,25%) pode turbinar ações.
- Impulso Chinês: A recuperação da China favorece mercados emergentes como o Brasil.
Por Que JPMorgan Está Recomendando Ações do Brasil?
1. Cenário Global a Favor
- Guerra Comercial: As tarifas de 25% de Trump contra a China abrem espaço para o Brasil, maior exportador de soja e carne. Exportações para a China subiram 12% em 2024.
- Comparação: O México, dependente dos EUA (80% das exportações), sofre com as mesmas tarifas, enquanto o Brasil diversifica com a Ásia.
- Dado: O real ganhou 3% contra o peso mexicano em 2025.
2. Fim do Ciclo de Juros
- Selic: O Banco Central deve subir a taxa a 14,25% em março, o maior nível desde 2017. O JPMorgan prevê uma pausa após isso, aliviando o mercado de ações.
- Impacto: Juros altos atraem capital, mas uma estabilização impulsiona o Ibovespa—em 2022, a pausa na Selic (13,75%) elevou a bolsa em 10% em 3 meses.
- Contraste: O México, com juros a 10,5%, oferece menos retorno.
3. Recuperação da China
- Commodities: O Brasil, ligado à China por soja (US$ 35 bilhões em 2024) e carne, ganha com a retomada chinesa.
- Mercados Emergentes: O JPMorgan espera que o estímulo chinês (US$ 1 trilhão em 2025) irrigue países como o Brasil.
- Dado: O índice MSCI Emerging Markets subiu 8% em 2025, puxado por commodities.
Dados e Contexto Histórico
- Ibovespa: Avançou 5% desde janeiro de 2025, contra queda de 2% no IPC México.
- Risco x Retorno: Brasil (Selic 14,25%) oferece mais que México (10,5%), apesar da dívida/PIB maior (90% vs. 55%).
- 2008: Durante a crise, o Brasil atraiu mais capital que o México por commodities.
O Que Está Impulsionando o Otimismo?
Vantagens do Brasil
- Setor de Commodities: Empresas como Vale (VALE3) e JBS (JBSS3) se beneficiam da China.
- Juros Atrativos: Selic alta puxa investidores, e uma pausa pode disparar ações.
- Estabilidade Política: Eleições de 2026 estão distantes, reduzindo ruídos.
Fragilidade do México
- Desaceleração: PIB mexicano encolheu 0,2% no 4º trimestre de 2024, com projeção de 0,5% em 2025.
- Tarifas de Trump: 25% sobre importações, com isenções temporárias, criam incerteza.
- Sentimento: Investidores locais estão pessimistas, segundo o JPMorgan.
Cenários Futuros: O Que Pode Acontecer?
Primeiro Cenário: Bull Market Brasileiro
- Projeção: Selic estabiliza, China importa 15% mais, Ibovespa sobe 20% até 2026.
- Impacto: Bancos (ITUB4) e utilities (ELET3) lideram, com alta de 25%.
- Risco: Déficit fiscal (6% do PIB) mina confiança.
Segundo Cenário: Recuperação Mexicana
- Projeção: Tarifas se resolvem em 6 meses, PIB mexicano cresce 2% em 2026.
- Impacto: IPC México sobe 10%, reduzindo o brilho do Brasil se a Selic cair rápido.
- Risco: Conflitos comerciais prolongados com os EUA.
Terceiro Cenário: Crise Global
- Projeção: Recessão nos EUA derruba bolsas em 15%.
- Impacto: Brasil e México sofrem fuga de capitais.
- Histórico: Em 2008, o Ibovespa caiu 41%.
Setores Favoritos do JPMorgan
Brasil
- Bancos: Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) oferecem 8-10% em dividendos.
- Utilities: Eletrobras (ELET3) e Copel (CPLE6) são defensivas.
- Proxies de Títulos: Ativos atrelados à Selic (ex.: Tesouro Selic) equilibram risco.
México
- Consumo: Engarrafadoras (KOFUBL) resistem à crise.
- Imóveis: FIIs mexicanos garantem renda estável.
- Finanças: Banorte mantém força.
Riscos que o JPMorgan Não Ignora
- Brasil: O déficit fiscal (6% do PIB) e a dívida/PIB (90%) seguem como ameaças. Uma piora pode apagar o otimismo.
- México: Tarifas e crescimento fraco deixam o futuro incerto.
- Dado: O real caiu 5% em 2024, contra 3% do peso.
Como Aproveitar a Recomendação?
- Brasil: Ações de bancos (ITUB4) e ETFs como BOVA11 capturam o potencial. Tesouro Selic protege contra oscilações.
- México: Exposição reduzida em engarrafadoras (KOFUBL) ou ETFs.
- Dado: BOVA11 subiu 7% em 2025 até março.
Conclusão: Brasil na Mira, Mas com Ressalvas
Por que JPMorgan está recomendando ações do Brasil? A resposta está na combinação de juros altos, demanda chinesa e um México enfraquecido por tarifas e desaceleração.
O Ibovespa ganha destaque em 2025, mas o banco mantém uma postura tática, não estrutural—o risco fiscal brasileiro ainda é uma sombra.
Para investidores, bancos e utilities são apostas sólidas, mas o cenário global exige atenção.
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Perguntas Frequentes (FAQ)
1. Por que o JPMorgan está recomendando ações do Brasil?
Juros altos, impulso da China e um cenário global favorável são os motivos principais.
2. Quais setores brasileiros estão em alta?
Bancos, utilities e proxies de títulos, segundo o JPMorgan.
3. Vale investir agora?
Sim, mas com cautela—o risco fiscal ainda pesa, alerta o banco.
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